O documentário “Tornar-se Negro” foi lançado no dia 05 de julho, na Sala Walter da Silveira, em Salvador, com exibição aberta ao público e contou com o apoio da Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB). O produto audiovisual foi produzido por 25 jovens participantes do curso gratuito de Formação para o Mundo do Trabalho com foco em Audiovisual e turma afirmativa para jovens negros.

O curso tem como objetivo capacitar adolescentes e jovens para o mercado de trabalho, além de ensiná-los conceito e prática da área Audiovisual. Assim, o documentário é uma uma produção final entregue pelos jovens participantes de cada turma. Eles atuam e são responsáveis, junto ao apoio do instrutor orientador, nas diversas etapas de produção da obra, desde a concepção do roteiro, busca de fontes, entrevistas, captação de takes, até a montagem e pós-produção. A turma realizada em Salvador, foi a primeira do Espro dedicada a participantes negros na Bahia. Iniciativas com o mesmo propósito afirmativo já ocorreram em municípios de São Paulo, Pará, Recife e Belo Horizonte.

Na cidade que tem a maior população negra do mundo fora da África (mais de 80% dos soteropolitanos se declaram pretos ou pardos, segundo o Censo do IBGE de 2022), o curso buscou aliar a capacitação audiovisual com o fortalecimento da consciência da negritude entre os participantes. “Tem toda uma complexidade que nós experimentamos como situação de vida, porque muitos dos jovens do curso nunca tinham pensado sobre a questão racial”, comenta Marcelo Reis, instrutor da turma e responsável pela direção do documentário.

Livro como norte da exibição na Sala Walter da Silveira

Tanto o filme quanto o curso tomaram como base conceitual o livro “Tornar-se negro: ou as vicissitudes da identidade do negro brasileiro em ascensão social”, da psiquiatra, psicanalista baiana Neusa Santos Souza (1948-2008). Sua obra é referência sobre os aspectos sociológicos e psicanalíticos da negritude, inaugurando o debate contemporâneo e analítico sobre o racismo no Brasil.

Com a tomada de consciência racial como ponto de partida, o documentário traz depoimentos dos próprios jovens e também de convidados, vistos como referências tanto para os jovens que passaram pelo curso quanto pela comunidade negra baiana. Entre eles estão Graça Onasilê, artista do bloco afro Ilê Aiyê; Creuza Oliveira, líder e ativista pela causa trabalhista das trabalhadoras domésticas; Ubiraci Carlúcio (mais conhecido como Professor Bira), geógrafo, palestrante e mestre em educação; e Mamadou Gaye, o Cônsul Honorário da França na Bahia.

O curso de capacitação faz parte do projeto de Formação para o Mundo do Trabalho (FMT) do Espro, que oferece cursos em todo o Brasil para adolescentes e jovens dispostos a ingressar no mundo do trabalho, mas que ainda não se sentem suficientemente preparados para este momento. Os treinamentos, gratuitos, contemplam desde conteúdos sobre habilidades comportamentais até competências técnicas específicas, de acordo com a área de ênfase da formação. Os cursos são oferecidos de maneira independente pelo Espro ou em parceria com empresas, podendo ser personalizados para atender à vocação ou a objetivos de agendas de ESG e responsabilidade social das organizações.

Assista ao documentário “Tornar-se Negro”

Novas turmas do curso Formação para o Mundo do Trabalho com foco em Audiovisual

Para adolescentes e jovens que queiram se preparar para o mercado de trabalho, aprendendo a como se comunicar, desenvolvendo seu raciocínio lógico e conhecimentos gerais e, preparando-se para ser destaque nas entrevistas, as turmas de FMT – Formação para o Mundo do Trabalho acontecem durante todo ano e as datas podem ser consultadas aqui!

Mas se você quer fazer o curso de FMT com foco em uma área específica, como Audiovisual, Música, Diversidade, Varejo, etc., vale acompanhar a divulgação em nossos perfis nas redes sociais, seguindo @Esprooficial.