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O universo do empreendedorismo no Brasil é vasto e desperta a curiosidade e ambição de muitos. Quem nunca ouviu um amigo ou familiar expressar o desejo de ter um negócio próprio? Talvez até você, que está ingressando no mundo profissional, já tenha sido tocado por essa aspiração.

Essa inclinação para o empreendedorismo não é mera coincidência. De acordo com o Global Entrepreneurship Monitor (GEM), estudo de renome sobre o assunto realizado em 2018 e coordenado no Brasil por instituições de destaque como o IBQP, Sebrae e a Universidade Federal do Paraná, um impressionante terço da população brasileira (33%) almeja criar seu próprio negócio, seja por busca de liberdade ou autonomia.

O que é particularmente notável é a rápida evolução desse cenário. Em comparação com os dados de 2017, houve um aumento de 15 pontos percentuais no número de brasileiros com aspirações empreendedoras. Esse aumento sugere que, especialmente em períodos de instabilidade econômica e altas taxas de desemprego, muitos veem o empreendedorismo como uma solução para seus desafios financeiros. Adicionalmente, desde o início dos anos 2000, com a ascensão da internet e a popularização das redes sociais, a ideia de empreender tornou-se ainda mais difundida, consolidando o empreendedorismo como um tema central nas discussões contemporâneas.

Classificando os Empreendedores no Brasil: Oportunidade vs. Necessidade

Para aprofundar nossa compreensão sobre o empreendedorismo, é crucial reconhecer os diferentes estímulos que motivam as pessoas a embarcar nessa jornada. Essas motivações são, frequentemente, reflexo de aspirações pessoais, seja buscando um propósito maior ou uma forma de sustento.

Nesse contexto, podemos categorizar os empreendedores em dois grupos principais:

  • Empreendedores por Oportunidade: Estes são indivíduos que se sentiram motivados a iniciar um negócio após identificar uma lacuna ou uma oportunidade promissora no mercado em que estão inseridos. Eles são movidos pelo potencial de inovação e crescimento.
  • Empreendedores por Necessidade: Já neste grupo, encontramos aqueles que foram impelidos a empreender devido a circunstâncias adversas, como a ausência de emprego ou outras fontes de renda. Eles veem o empreendedorismo como uma solução imediata para seus desafios financeiros.

Cada tipo de empreendedor tem sua própria trajetória e desafios, mas ambos contribuem significativamente para a dinâmica e o desenvolvimento do cenário empresarial.

Desafios e Oportunidades

O ambiente de empreendedorismo no Brasil é repleto de histórias. Ao ligarmos a TV, navegarmos pelas redes sociais ou mesmo nas conversas em rodas de amigos, é comum ouvirmos que “empreender no Brasil é para os fortes” ou que “a maioria das novas empresas não sobrevive aos primeiros anos”. Essas afirmações, apesar de parecerem clichês, têm fundamento na realidade de muitos empreendedores.

Antes de tudo, ser um empreendedor exige muito mais do que apenas uma ideia. Requer disciplina, persistência e, sobretudo, uma mentalidade adequada. Vejamos alguns dos componentes dessa mentalidade:

  • Sonho e Desejo: A chama inicial do empreendedorismo geralmente vem de um desejo ardente de realizar algo, seja por aspiração pessoal ou necessidade financeira. Sem essa paixão, as adversidades podem rapidamente extinguir a jornada empreendedora.
  • Visão Aguda: Um empreendedor bem-sucedido está sempre alerta, identificando oportunidades de negócios em sua localidade ou em seu círculo de influência. Muitas vezes, são as necessidades pessoais não atendidas que geram as melhores ideias de negócio.
  • Conhecimento e Habilidade: Empreender sem conhecimento é como navegar sem um mapa. É crucial ter o domínio do setor em que se está inserindo para evitar armadilhas comuns e erros novatos.
  • Coragem e Resiliência: No mundo dos negócios, falhas e desafios são inevitáveis. A capacidade de um empreendedor em aprender com seus erros, adaptar-se e continuar avançando é o que muitas vezes determina seu sucesso a longo prazo.

Embora o país tenha muitos empreendedores de sucesso, existem barreiras significativas que precisam ser enfrentadas:

  • Políticas Governamentais: A burocracia e a complexidade tributária são apontadas como os principais obstáculos ao empreendedorismo. Reformas que simplifiquem os processos de abertura e operação de empresas são urgentemente necessárias.
  • Educação e Capacitação: O Brasil está atrás de muitos países em termos de educação focada no empreendedorismo. Integrar o empreendedorismo ao currículo desde a infância até o ensino superior pode ser uma solução revolucionária.
  • Financiamento e Apoio: A falta de linhas de crédito acessíveis, taxas de juros elevadas e a ausência de incentivos para investidores são barreiras financeiras significativas. O setor financeiro precisa evoluir para apoiar adequadamente o espírito empreendedor do país.

Concluindo, empreender no Brasil é, sem dúvida, um desafio. No entanto, com a mentalidade correta e a persistência para superar obstáculos, os empreendedores brasileiros não apenas sobrevivem, mas também prosperam, deixando uma marca indelével na economia e na sociedade.

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