Essa história que vamos contar é da Nina Machado, ex-jovem aprendiz do Espro no Rio de Janeiro. A trajetória da Nina é um verdadeiro exemplo de como a criatividade e a determinação podem transformar sonhos ou metas em realidade. A partir de um treinamento da atividade teórica do programa de Socioaprendizagem, no Espro, ela enxergou a oportunidade, desafiadora, mas, inspiradora, e definiu o tema do seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) como Designer Gráfico.

Vem conhecer essa jornada incrível e cheia de reviravoltas pelas palavras da Nina.

Acredito que o que eu mais gosto na minha profissão como designer gráfica é ver o quão ampla é essa área, e acho que essa amplitude ficou ainda mais clara quando eu e meus colegas da faculdade começamos a pensar em qual projeto faríamos para o TCC. Diferente de muitas áreas, no design, nosso trabalho de conclusão de curso vai além de escrever um relatório (infelizmente não escapamos disso), mas também “colocamos a mão na massa”, criamos um projeto e o colocamos em prática.

Um projeto de TCC de um designer pode ser qualquer coisa, de qualquer área de conhecimento! Podemos ser contratados por uma farmácia para fazer um banner, por uma escola para criar agendas personalizadas, uma banda que vai lançar um álbum que precisa de uma capa ou uma autora que vai lançar seu primeiro livro de romance. São infinitas as opções. O problema em ter muitas opções é saber qual delas escolher para fazer o projeto. “Será que é um tema interessante?”, “É avançado o suficiente para ser um projeto?”, “Faço sobre alguma coisa que eu gosto ou algo que seja mais comum que eu sei que será aprovado?” São algumas das milhares de dúvidas que tive ao escolher o que queria fazer.

Ao mesmo tempo que minha cabeça soltava fumaça tentando pensar em algum tema para o projeto, eu ainda estava trabalhando na Farmoquímica e no Espro, e foi numa quinta-feira de treinamento no Espro que a minha ideia para o projeto nasceu. Tivemos uma atividade em grupo de criar uma empresa de qualquer ramo e atribuir a ela missões, visão e valores. Junto com meus colegas da turma 12935, Diego, Luisa e Kamylle, criamos uma empresa de esmaltes chamada Matiz.

Apresentação da marca: Matiz, uma empresa de esmaltes que oferece aos clientes a possibilidade de personalizar seus próprios esmaltes. Acreditamos que cada pessoa é única e tem sua própria personalidade, estilo e preferências. Por isso, acreditamos que os esmaltes também devem ser personalizados e adaptados às necessidades e desejos de cada indivíduo. Com a Matiz, você pode criar o esmalte dos seus sonhos, escolhendo a cor, acabamento e até mesmo adicionando glitter ou outras opções de decoração!

Criamos a Matiz porque era algo diferente, uma empresa com uma proposta que nunca tínhamos visto antes, e ainda sobre esmaltes, algo que todos do grupo se interessavam e consumiam. Imaginamos que seria como as lojas de tinta para pintar paredes: o cliente poderia criar qualquer cor. Não seria incrível? Depois da apresentação da nossa marca para a turma e com o feedback positivo dos nossos colegas e da nossa instrutora, percebi que finalmente eu tinha a faca e o queijo na mão, uma ideia perfeita para fazer meu TCC.

Sabe quando tudo está dando super certo? O céu fica lindo e dá até para ouvir aquelas musiquinhas com um coral cantando “ooohhhh” enquanto anjos descem das nuvens? Foi assim que eu passei aquele final de semana. Tudo para o projeto estava dando certo: já tinha uma empresa para trabalhar a marca, pesquisei cores, tipografia, tipos de vidrinho e embalagem para os esmaltes, estava pensando em todos os tipos de materiais promocionais que eu poderia criar. Só precisava da aprovação da minha professora orientadora para começar a criar a identidade visual da marca. Na segunda-feira, recebi um belíssimo “não” da minha orientadora. “Ah, mas você não falou que o projeto poderia ser qualquer coisa?” Sim, porém minha professora queria que levássemos nosso projeto além, que trabalhássemos com projetos reais, clientes reais. Caso quiséssemos trabalhar com uma marca própria, ela realmente deveria existir e esse nosso trabalho de conclusão deveria ir além da imaginação e marcar o início da nossa carreira como profissionais da área.

Por mais que a Matiz fosse uma ideia revolucionária, ela não passava de uma ideia, a marca não existia de verdade e eu não sabia nem se era possível quimicamente criar esmaltes dessa forma. Minha professora me deu dois dias para pesquisar e descobrir se era possível comercializar esse tipo de produto, entrar em contato com algum farmacêutico para perguntar sobre aspectos químicos ou descobrir se já existiam empresas com essa proposta e, assim, seguir em frente com o projeto. Caso contrário, deveria escolher um novo tema e começar do zero.

Com a ansiedade a mil e o coração batendo mais rápido do que nunca, passei a madrugada inteira vasculhando a internet em busca de qualquer indício de que uma empresa do tipo poderia existir. Procurei no Google, em blogs, Instagram, Twitter, até mesmo no falecido Facebook por qualquer informação e simplesmente não encontrava nada, pelo menos não no Brasil. Com algumas pesquisas em inglês, consegui (finalmente) encontrar três pequenas empresas estadunidenses que comercializavam exatamente isso! 

No mesmo momento, peguei o contato de uma delas e mandei um e-mail em inglês explicando que era uma estudante de design na reta final da faculdade e pedindo permissão para utilizar a marca deles para fazer meu projeto. Como seria um processo demorado de pelo menos cinco meses e eu ainda não tinha a minha formação, não cobraria nada e enviaria o produto final para eles depois de concluído. No dia seguinte, para minha felicidade e sanidade, recebi uma resposta positiva deles. A empresa com a qual trabalhei se chama Blank Beauty, fundada em Memphis, no estado do Tennessee. Eles são exatamente o que pensamos para nossa empresa fictícia, vendem esmaltes personalizados com a cor que o cliente quiser. Durante todo o desenvolvimento do projeto, mantive contato com a responsável pelo marketing da empresa, uma moça muito simpática chamada Kelsey. Todas as nossas trocas de e-mails, mensagens e chamadas de vídeo foram em inglês. Se eu estudei esse idioma por 15 anos, foi para usar!

Minha proposta para a Blank Beauty era mudar completamente o site de comercialização deles, por mais que eles vendessem um produto tão legal e diferente, o site não era nem um pouco funcional e atraente. O ponto chave do meu projeto era tornar esse site um ambiente que a pessoa que está acessando se sentisse confortável e se identificasse com a marca e com os produtos, uma das soluções para de alcançar isso foi a inclusão de uma página no site que permitisse que os usuários testassem a cor dos esmaltes em seu tom de pele.

E assim foi feito, após 5 meses de muita pesquisa, estresse, escrita, trabalho e criação consegui concluir o design do site, terminei o meu relatório do projeto (com mais de 40 páginas) e montei meus slides para apresentar aos professores da banca. O dia fatídico de apresentar o projeto para a banca foi, com certeza, um dos mais estressantes de todos os meus 21 anos de vida. Mesmo apresentando projetos no trabalho, no Espro e em outras disciplinas da faculdade, nada se compara à pressão do TCC. Ter todos os meus colegas de trabalho, amigos e familiares assistindo também contribuiu bastante para o nervosismo, mas também aumentou a minha vontade de fazer uma boa apresentação. Tive 10 minutos para apresentar todo o projeto com slides, vídeos e protótipos, e a banca teve 5 minutos para fazer comentários após a apresentação.

Recebi uma belíssima nota 10 pelo projeto e fiz algumas pequenas alterações sugeridas pelos professoras da banca antes de enviar o produto final para a Blank Beauty. O site que eu projetei para eles já está no ar, apenas algumas páginas mais complexas ainda não foram programadas, porém, serão implementadas ainda esse ano. Como eu disse antes, não cobrei nada pelo projeto então como forma de agradecimento a equipe me enviou uma caixa com alguns dos esmaltes que eu havia criado pelo site na fase de testes! 

Esse foi um dos projetos mais trabalhosos e cansativos que eu tive até o momento e também um dos que mais me orgulho de ter concluído. Às vezes fico pensando o que seria de mim se eu não tivesse entrado no programa de aprendizagem, se eu não tivesse conhecido as pessoas que eu conheci, se não tivesse tido aquele treinamento em que criamos a Matiz, esses tipos de pensamento que surgem no meio da madrugada aleatoriamente. 

Não sou das melhores para contar histórias e muito menos para encerrá-las, mas foi mais ou menos assim que aconteceu a minha jornada de desenvolvimento do projeto de TCC, uma montanha russa com muitos altos e baixos e uma maravilhosa aprovação no final!

E aí, curtiu a história na Nina, se inspirou e quer ser um jovem Espro? Clique aqui e conheça nossos programas.